19.7.10

"Pobres dos saberes acadêmicos que eu e você aprendemos 
e ensinamos! Como eles nos deixam desamparados diante 
do Grande Mistério."  Rubem Alves






Dias atrás acordei pensando no Santo Scuderi (ex-matemático da Unisantos) e assim foi o dia inteiro. Ele infelizmente faleceu dois dias depois da minha avó em fevereiro de 2008. Até então desconhecia esse sentimento horrível e como a vida é uma escola, tive que aprender através de duas pessoas muito importantes pra mim e de uma vez só.

Na sexta passada, a mamãe ligou dizendo que minha tia Sandra (minha terceira mãe) estava desenganada pela medicina (cancer evoluído) e que teria só mais uns dias/horas de vida.

Intuição talvez, mas acredito que esta seja a explicação das lembranças do Scuderi. O problema é que não fiz a lição de casa direito, não sei lidar com este sentimento ainda... e pior, não sei ensinar sobre. Minha tia tem dois filhos, sendo o mais novo ainda muito pequeno. Como explicar a uma criança que a despedida da mãe dele será eterna? Não sei explicar a mim mesma a morte da minha avó e do meu professor até hoje!

Por muito tempo, não mexi em nenhum dos arquivos de prolog e as poucas vezes que tento encarar fico pensando em quem irá me ajudar já que pra mim, o Santo era o único gabaritado pra explicar sobre várias coisas. O único professor que nos contava sobre a vida dos matemáticos que fizeram história e o único que nos tirou do sério por inúmeras vezes (rs).

Minha avó era sábia. Acredito que a única que sempre me entendeu, mesmo com minhas manias e fobias (que não são poucas). Não irei estender porque já estou num rio de lágrimas, mas se eu que já tenho idade suficiente pra entender e não consigo, fico pensando nesta criança e em tantas outras que perderam sua mãe ou seu pai tão pequenos. Outros sequer chegaram a conhecer seus pais.

Me sinto uma incompetente por não poder ensiná-lo sobre e me sinto pior ainda quando penso que de três mães (mamãe, vovó e minha tia), apenas a minha mãe é quem estará comigo. Pensamento altamente egoísta, mas é o que sinto.

Carta a um amigo - Rubem Alves

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