18.5.10

"Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data."
João Guimarães Rosa



Sempre entendi a vida profissional como um relacionamento. Não basta currículo, cargo ou salário, é necessário "sinergia". Sabe, comunicação pelo olhar? Assim mesmo.

E como em todo relacionamento, existem altos e baixos. Até as brigas são idênticas, assim como a reconciliação é a melhor parte. Mas, e se estes momentos desaparecem e tudo entra na rotina? É aquela fase onde você questiona a pessoa e ela te responde com "faça como preferir", "tá bom assim" (mas nem olhou), ou a pessoa viaja e você só percebe quando ela retorna... Ficar na empresa até anoitecer apenas para fazer companhia e preparar um chá, compartilhar problemas... não, isto tudo virou lembrança... a apatia torna-se recíproca e as prioridades ficam invertidas.

Você não dorme mais pensando na tomada de decisão equivocada, porque esta preocupação, aos poucos, deixa de existir. Aliás, você não dorme. A insônia assume o lugar.

Uns preferem permanecer assim toda uma vida na esperança de que tudo voltará a ser como antes, outros preferem encerrar a relação antes que o produto ou a equipe morra.

Posso chamar isto de divórcio? Se o termo é aplicado não sei, mas sei que dói assim como qualquer fim de relacionamento.

Nenhum comentário: